"O trabalho expande-se de modo a preencher o tempo disponível para sua realização."
C. N. Parkinson, A Lei de Parkinson, ou a Busca do Progresso (1957)
Você provavelmente já percebeu que se tiver dez minutos para escrever um relatório, você vai escrevê-lo em dez minutos. Mas se tiver quatro horas, vai levar quatro horas para fazer a mesma coisa. Essa é a essência da "Lei de Parkinson", desvelada pela primeira vez em 1955, pelo historiador Cyril Northcote Parkinson (1909-1993), nas páginas de The Economist. Parodiando o ensaio típico de socioeconomia, Parkinson "provou" sua tese fazendo gráficos do crescimento da burocracia naval britânica, numa época em que as responsabilidades desta estavam diminuindo: mais pessoas estavam sendo necessárias para produzir menos do que de costume.
"É o homem mais ocupado que tem mais tempo livre", disse Parkinson. As pessoas arranjam trabalho para si mesmas; o que varia não é o tempo livre, mas a eficiência. Altamente interessado em saber como sua lei funcionava no ambiente de trabalho, Parkinson sarcasticamente observou que "um oficial quer multiplicar subordinados, não rivais" e que "os oficiais arranjam trabalho uns para os outros." Independentemente da quantidade real de trabalho, os administradores continuam a contratar mais subordinados, simplesmente porque querem parecer mais responsáveis e poderosos, começando uma reação em cadeia que exige mais subalternos e mais supervisores, sem qualquer aumento apreciável de produtividade. Apesar da ironia de Parkinson, sua lei funciona de fato, tanto no trabalho como em casa. Quanto mais ocupado você é, mais eficiente precisa ser. Quanto mais vazio for seu dia, mais tempo será consumido para realizar tarefas simples. Considerando a natureza humana, tarefas intermináveis - como certas faxinas domésticas - são uma espécie de dádiva dos céus.
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