quarta-feira, 24 de junho de 2015

Documentário The Dark Side do Chocolate

Documentário denuncia trabalho infantil em países produtores da África e envolve governos e indústrias no debate da questão
O filme The Dark Side do Chocolate (O Lado Negro do Chocolate) mostra que parte dos três milhões de toneladas derivados de cacau consumidos anualmente em escala planetária é produzida com o uso de trabalho infantil e tráfico de crianças, o que é negado por governos e empresas envolvidas no processo.

Tudo começa quando o premiado jornalista dinamarquês, Miki Mistrati, decide investigar os rumores de que por trás da industria de chocolate estava o trabalho de crianças e em muitos casos, numa situação de escravidão. O filme revela a outra faceta da produção dos frutos de ouro, que gera riquezas para as indústrias processadoras.

A busca começa numa feira de chocolate na Europa e se estende ao Mali, na África Ocidental, onde câmaras ocultas revelam o tráfico de crianças para as plantações de cacau da vizinha Costa do Marfim, que é o maior produtor mundial e responde por 42% da produção.

Base
Usando câmeras convencionais e ocultas, o repórter mostra que existem grupos contrabandeando crianças a partir de uma base em Zegova, do Mali para Costa do Marfim e revela que em 2001, foi assinado o Protocolo Harlkin Engel, com aval do congresso americano visando a criação de um sistema para certificar produtos de chocolate como livres de abusos como o trabalho infantil e a escravidão.
O projeto protocolo foi subscrito pela Cargill, Hershey, Nestlé, Barry Callebaut, Saf-Cacao e Mars, industrias que assumiram o compromisso de a erradicar totalmente o trabalho infantil no setor chocolateiro até 2008, mas que até 2010, época do filme e mesmo nos dias atuais não havia sido cumprido plenamente.
Estatística
Mike Mistrati revela que entre os países fornecedores de mão de obra infantil, e adolescentes na faixa dos 12 aos 15 anos estão o Mali, Bukina Faso e Níger. As estatísticas mostram ainda, que grupos contrários ao tráfico de crianças conseguiram resgatar 172 crianças em 2006, 140 em 2007, uma média de 150 crianças nos anos de 2008 e 2009.

O filme mostra entrevistas com crianças a caminho das plantações de cacau ou trabalhando em fazendas na colheita de cacau e no seu transporte para as bandeiras – montes onde os frutos são quebrados -, bem como depoimentos de traficantes, de autoridades e representantes do segmento industrial, que optaram por emitir uma nota conjunta dizendo que as empresas não têm nenhum controle do processo produtivo nos países de origem do cacau adquirido para posterior beneficiamento.

Uma outra revelação, é o caso do jornalista francês Guy André Kiffin , que teria desaparecido no continente africano ao investigar casos de corrupção e suborno envolvendo questões ligadas ao cacau ou mesmo ao tráfico de crianças.

Um outro dado importante mostrada no Lado Negro do Chocolate, é que o quilo do cacau rende um euro, cerca de R$ 2,00 para o produtor e das mãos do intermediário para o exportador, acaba sendo embarcado por 2,5 euros, o equivalente a R$ 10,00. No processamento final, um quilo de amêndoas rende 40 barras de chocolate.
Ficha técnica:

Título: The Dark Side of Chocolate
Duração: 46 min
Direção: Miki Mistrati e U. Roberto Romano
País: Dinamarca



Assista o documentário:
 

Fonte: http://www.agora-online.com.br/
Fonte: http://www.youtube.com.br/


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